segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Visita Institucional

            Na manhã do dia 06 de novembro, o grupo formado pelas alunas Amanda Sales, Carol Barreto, Danielle Aparício, Geisa Delfino e Marcela Negrões, cumprindo com o trabalho da disciplina de Técnicas interventivas ministrada pela docente Rosemere Maia visitou o Instituto de Psiquiatria da UFRJ, localizado do lado do campus da Praia Vermelha da UFRJ, onde fomos atendidos pela assistente social Andreia Nogueira dos Santos (CRESS RJ 18851) de forma bem acolhedora e explicativa na sala do Serviço Social do IPUB (apesar do nome do instituto ser Instituto de Psiquiatra da UFRJ, a sigla IPUB ainda respeita a antiga forma como a UFRJ era chamada: Universidade do Brasil, ou seja, antes o instituto era chamado de Instituto de Psiquiatria Universidade do Brasil e, assim, ficou até os dias de hoje).
            O Serviço Social atende de segunda a sexta, no horário de 9hs às 17hs, contando com uma equipe de doze assistentes sociais, sendo 6 contratados e 6 concursados, além de 13 estagiários. Apesar de existirem esses doze assistentes sociais, sente-se a necessidade, segundo a assistente social entrevista, de mais profissionais do Serviço Social. É importante ressaltar que os assistentes sociais fazem parte de uma equipe multiprofissional.
            A sala do Serviço Social é arejada, possui dois andares, apesar de pequena, 3 aparelhos de ar condicionado, 1 frigobar, 3 computadores (todos com acesso à internet e com todos os recursos necessários para atendimento online e armazenamento de dados), 1 bebedouro, 1 ventilador e amplo material pedagógico sobre os direitos do usuários e sobre os afazeres de um assistente social.
            O IPUB conta com um sistema de segurança que engloba câmeras e profissionais específicos de segurança. Além disso, existe uma ambulância e mais três veículos institucionais usados em intercorrências clínicas e passeios.
Os recursos são provenientes do Sistema Único de Saúde e do Ministério da Educação por ser um hospital escola.
            De acordo com a assistente social que entrevistamos, o Serviço Social presta os seguintes atendimentos: o atendimento social (individualizado), o grupo terapêutico e a visita domiciliar, podendo haver, também, a visita institucional. O encaminhamento dos pacientes acontece pelo SISREG que “é uma ferramenta on-line de gerenciamento da rede de saúde, que vai da rede básica à internação hospitalar, para administrar as vagas disponíveis e verificar a instituição mais adequada para cada paciente. Para isso, serão considerados critérios como regionalidade (proximidade com a casa do usuário) e a complexidade de cada caso” (http://www.rio.rj.gov.br/web/sms/exibeconteudo?id=4282385). Sendo assim, o IPUB não conta com uma demanda espontânea. Os pacientes possuem cadastros individuais e todos os atendimentos são registrados. Para além dos usuários, seus familiares podem contar com atendimento psicossocial (terapia de família e de grupos com psicólogos). Observamos que a assistente social Andreia sempre nos lembrava da importância de haver respeito à autonomia do paciente.
            Por fim, foi-nos relatado que existem orientações sobre os serviços disponíveis a nível estadual, regional e/ou municipal e que há reuniões de equipe para estudos de casos, formação e atualização sobre os procedimentos do IPUB.


Projeto de Intervenção

Projeto de Intervenção

Centro de Convivência "Mulequinho" - Sebastião de Oliveira



Caracterização da Instituição

Centro de Convivência “Mulequinho”- Sebastião de Oliveira

Território: Bairro se localiza em Madureira, na comunidade da Serrinha;

Perfil dos Usuários: Idosos em situação de violação de direitos conforme o Estatuto do Idoso de 2003;

Equipe profissional: A instituição conta com um médico generalista, três enfermeiras, cinco psicólogos e cinco assistentes sociais;

Funcionamento/ Atendimento: Duas vezes por semana;

Atividades realizadas: Dinâmicas, palestras gratuitas, eventos recreativos, atendimentos grupais;

Forma jurídica: Privada com o título de ONG.


Justificativa

Devido ao desrespeito, negligência, violência, abusos sofridos pelos idosos, na sociedade vigente (onde o desconhecimento dos direitos se configuram nas classes populares de forma mais evidente) se faz necessária a disponibilização do Serviço Social para a intervenção a fim de promover ações sócio-educativas e assistenciais de modo a desenvolver melhores relações sociais dentro daquele território.

 Problema teórico- histórico do objeto

       O aumento da expectativa vida nas últimas décadas gerou grande reflexos e mudanças no perfil societário da população brasileira. Enquanto a taxa de natalidade diminui atualmente, a população senil aumenta significativamente no cenário brasileiro. Lembrando que “A expectativa de vida varia na razão inversa da taxa de mortalidade, ou seja, são índices inversamente proporcionais. Assim no Brasil, paralelamente ao decréscimo da mortalidade, ocorre uma elevação da expectativa de vida’’ (IBGE, 2010). Esta nova conjuntura leva a uma nova problemática, que exige uma reestruturação e, reformulação das políticas sociais para bem atender a esta demanda.
         A falta de asilos, principalmente nos centros urbanos, que contam com um número maior de habitantes e, consequentemente, de mais idosos é resultado de uma visível falta de políticas de assistência aos idosos, podemos assim observar este nova realidade: o número de asilos não acompanha o aumento da expectativa de vida.
        O governo prefere e não encara isto como uma realidade social, reforçando a cultura de desprezo aos idosos, deslocando o problema para as famílias e acabam cuidando da forma que podem para que a última fase da vida de seu parente seja mais digna. Entretanto, dependendo da situação econômica em que se apresentam as famílias, elas reagem de diferentes formas a esta questão: as que possuem melhores condições econômicas recorrem a serviços privados, pagando uma casa de repouso, um enfermeiro ou um cuidador. Já as famílias mais pobres tendem a se sacrificar, sendo um membro da família o principal responsável pelos cuidados com o idoso e, neste caso muitas vezes são mulheres, que deixam seu emprego para assumir tal função ou dividem com o seu trabalho esta responsabilidade, aumentando a exploração de gênero.

Objetivo geral

 Beneficiar a comunidade que assim como toda a sociedade sofre com a dificuldade de lidar com o envelhecimento a fim de melhorar a vida dos idosos, com a conscientização destes, assim como a de seus familiares e vizinhança, oferecendo atividades que contribuam para o bem estar da comunidade, com o auxílio dos profissionais, além de esclarecer os direitos dos idosos, deveres dos seus familiares e da sociedade para com eles, através de debates e consultorias, proporcionando a construção de identidade destes idosos, que passam a reconhecerem- se nos outros compartilhando suas experiências, através de um instrumento técnico operativo do assistente social que é a abordagem em grupo. 

Objetivos específicos

- Contribuir com palestras para o conhecimento sobre os direitos dos idosos e o envelhecimento.
- Contribuir com o debate sobre a importância da atenção dos familiares com os idosos.
- Subsidiar políticas sociais que assegurem os direitos dos idosos, prevenindo seu desamparo.
- Colaborar com a discussão sobre a qualidade das ações do município do Rio de Janeiro frente às necessidades dos idosos.
- Disponibilizar atendimento grupal, proporcionando a identificação entre os idosos pelas situações vivenciadas.
- Oferecer um local de amparo a esses idosos, que passam a se sentirem mais valorizados, possuindo um lugar para ser chamado de “seu”.

 Avaliação e controle

Em termos quantitativos e qualitativos seria necessário elaborar estatística acerca do perfil sócio-econômico e familiar dos idosos contemplados pelo projeto. Seriam utilizados questionários individuais para saber, por exemplo, se o idoso é aposentado, se possui doenças crônicas, com quantas pessoas ele convive, se o imóvel é próprio, alugado ou de posse, qual a renda familiar, etc.

Procedimentos Operacionais

- Destinar nosso projeto na população usuária dos serviços oferecidos: os idosos e suas respectivas famílias.
- Utilizar de reuniões, palestras, seminários, folhetos, cartazes de forma educativa, que promova a reflexão conjunta das ações destes, tanto pelos usuários como pela equipe multiprofissional de forma a implementar a interdisciplinaridade, colocando cada tema das palestras e seminários de acordo com cada tema exposto à população, em que o profissionais de Serviço Social, Psicologia ou Enfermagem foram treinados e capacitados para exercer tal tarefa. Ou seja, o tema trabalhado na palestra será de acordo com a formação do palestrante.
- Basear-se no Estatuto do Idoso de 2003,tendo como foco o art. 43:

Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são
aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos
nesta Lei forem ameaçados ou violados:

I - por ação ou omissão da sociedade ou do
Estado;

II - por falta, omissão ou abuso da família,
curador ou entidade de atendimento;

III - em razão de sua condição pessoal”.

 Assim como também a Reforma Sanitária do SUS, promovendo a articulação com outras instituições, fazendo a visita institucional aos CRAS, CREAS, Serviços Residenciais Terapêuticos, ou seja, aqueles que possam garantir os direitos dos idosos. A atuação do Serviço Social se daria de forma à viabilizar a garantia  do direito da população idosa aos serviços destinados à ela: explicitar nos materiais a serem utilizados, os direitos que o idoso possui e por fim, divulgar  através de articulação com outros espaços onde o usuário deve se dirigir para que o serviço que atenda a suas demandas e o que o nosso Serviço Social tem como atribuição e competências dentro daquele espaço sócio-ocupacional.
- As atividades acontecerão em dois dias da semana: terça-feira: reuniões de atendimentos grupais para identificação e resolução de problemas e na quinta-feira: palestras de informação e educação dos usuários.
- Conciliar três ações, quais sejam: fazer reuniões da equipe multidisciplinar para avaliação das demandas dos idosos apresentadas na realização do atendimento grupal; realizar visitas domiciliares (pelos assistentes sociais e enfermeiros) para avaliação da melhora da qualidade de vida dos idosos atendidos pelo projeto; e aplicar questionários durante os atendimentos grupais para avaliação da redução das queixas, ou não, apresentadas inicialmente pelos idosos.

Recursos:

  • Humanos:
Participação de alunos/professores voluntários ou não para realização das atividades.

  • Materiais:
Limpeza, alimentação, materiais didáticos, materiais médicos de primeiros socorros.

  • Financeiros:
Provenientes de recursos privados como editais, bolsas, agências bancárias.

Metas quantitativas

Atingir pelo menos 40% da população idosa localizada na Serrinha, Madureira.
Realizar todas as palestras e atendimentos grupais propostos pela instituição.
Diminuir 20% da violência contra os idosos com as atividades realizadas pela instituição.







quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Entrevista

                                  
      A entrevista é fundamental no Serviço Social, pois é um diálogo e este diálogo reproduz o conhecimento, portanto ela será utilizada em projetos de intervenção.
É importante que em uma entrevista haja o domínio da técnica, pois o roteiro não é um instrumental, não é um questionário, há de se considerar o contato pessoal, a relação com o outro. Considerando a relação assimétrica entre o entrevistador e o entrevistado, devem ser pensados mecanismos que deixem o entrevistado à vontade.
      É de extrema importância que desde o início o entrevistado tenha conhecimento sobre os objetivos a que se quer chegar com a entrevista, não deve haver constrangimento, o entrevistador não deve ficar testando, como se houvesse desconfiança, para ver se o entrevistado cai em contradição.
      Dados objetivos, apresentados através de gráficos ou mapas, são frios não deixam transparecer claramente o pensamento do outro, por isso para o conhecimento da realidade é fundamental a entrevista. A objetividade oculta o dado em si, somente com o aprofundamento da questão, analisando é que é possível diagnosticar a realidade.
O entrevistador, portanto deve se fazer interpretar de forma real e coerente, utilizando linguagens compatíveis com a do entrevistado e reconhecendo o limite de suas ações, para assim construir uma relação de confiança e atingir o objetivo da entrevista.

   
                                                                                         (Carol Barreto)

Visita Domiciliar


        A visita domiciliar é um dos instrumentos mais usados pelos assistentes sociais.
 Mas há alguns pontos importantes para o melhor uso desse instrumental que devem ser cumpridos.
Para que a visita domiciliar faça parte da práxis desse profissional, ele deve, em primeiro lugar, identificar as demandas sociais advindas da questão social para respondê-las identificando-as como processo sócio-histórico, produzido e reproduzido socialmente.
Ela deve ter o objetivo totalmente contrário da atuação voltada à higienização das famílias e imposição de padrões morais, pois seu real objetivo é conhecer e compreender as condições em que vivem aqueles sujeitos para uma melhor atuação profissional.
          Portanto, levando em conta o que se fará na visita, ambos, assistente social e usuário devem ter clareza do que se trata a visita, o porquê ocorre naquele determinado momento e quais demandas podem ser resolvidas ou encaminhadas.
Por isso dialogar com o usuário é de suma importância e buscar um atendimento mais
qualificado também.
                                                                     
                                                                 (Danielle Aparício dos Anjos)

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Trabalho com grupos



     
 Na aula do dia 13/11/2014 foi abordado o instrumental técnico-operativos do Serviço Social chamado “trabalho com grupos”. Pelo o que foi discutido em sala de aula, podemos identificar esse instrumental como uma dinâmica de grupo e que tem por objetivo “levantar um debate sobre determinado tema com um número maior de usuários, bem como atender um maior número de pessoas que estejam vivenciando situações parecidas” (TONIOLO, 2008, p.127). O trabalho com grupos combina tanto o conhecimento teórico-metodológico do Assistente Social quanto a intervenção deste. O profissional deve somente direcionar e ser um facilitador do debate para colher maior e melhores informações e, assim, não interromper o grupo de discussão. Para a realização do trabalho com grupos, o Assistente Social deve fazer um planejamento prévio de como será feito a abordagem do tema e como irá direcionar o debate (é importante até mesmo ver um local adequado para a realização da dinâmica). É interessante ter elementos que aproximem os grupos e é importante frisar que o sujeito individual não pode ser anulado pelo grupo. A partir desse instrumental, o profissional de Serviço Social estará promovendo a cidadania e ao mesmo tempo coletando dados que podem ser usados na formulação e aprimoramento de políticas sociais.
Para que fique mais claro o que foi dito anteriormente, usarei do seguinte exemplo:
    Um Assistente Social, a partir do mapeamento e observação de determinado território, constata diferentes casos de negligência familiar com relação ao idoso. Com isso, o Assistente Social junto a uma equipe multidisciplinar e interdisciplinar, poderá tentar promover dentro daquele território um debate com esses idosos sobre a percepção que eles possuem da família no trato com eles, utilizando, assim, o trabalho com grupo (dinâmica de grupo), a fim de melhor esclarecimento do estatuto idoso que lhes resguarda direitos sociais.
       Outro exemplo em que o trabalho com grupos pode ser utilizado é em prol do próprio Assistente Social:

Assistentes Sociais que trabalham em determinado local e sofrem com o excesso de demandas e acabam, também, por internalizar e se sensibilizar com grande frequência com as situações dos usários. A partir desta constatação, o Assistente Social coordenar poderia utilizar o trabalho com grupo para promover uma discussão sobre como a equipe está se sentindo em relação ao seu trabalho, com o objetivo de tentar buscar uma saída para amenizar o estresse coletivo e possíveis casos psicológicos de forma grupal. Seria interessante, até mesmo, levantar essa questão com o CRESS para fazer o debate com a categoria para analisar se tal situação abrange a maioria dos profissionais ou se é “exclusivo” de determinada área e/ou local de trabalho. Sendo assim, o problema que poderia ser tratado individualmente, passa a ser tratado coletivamente, de modo a atingir um número cada vez maior de profissionais do Serviço Social que se identificam com aquela situação.
                                                                                   (Marcela Negrões)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Documentação, Registro e Diário de Campo


  ''Documentar consiste no exame minucioso dos dados obtidos no momento anterior, com o objetivo de sistematizar aspectos relacionados à situação estudada visando compreender a situação de maneira mais abrangente e articulada possível.’’ (Mioto, 2001)
       A documentação é uma técnica interventiva ainda pouco usada pelos assistentes sociais, seja pela falta de tempo ou pela falta de noção da importância deste instrumento. A documentação é fundamental nas profissões que possuem caráter interventivo como o Serviço Social, pois permite o registro de atividades passadas que podem ser relembradas em um momento oportuno. Sabemos que a memória humana possui falhas e por isso, precisamos de ferramentas que a relembre de dados: seja com fotos, diários, registro ou documentos.
     Este registro deve ter um caráter interpretativo, ou seja revelar o que se ouviu e sentiu e também possui um caráter avaliativo, que visa qualificar e analisar uma situação. Posto isto o registro revela-se não só um documento técnico-operativo, fugindo de qualquer neutralidade.
   A documentação profissional é composta de:
•planos de trabalho;
•relatórios de visitas, atendimentos, supervisão, avaliação;
•pareceres;
•prontuários;
•atas;
•cronogramas;
•memorandos;
•fluxogramas;
•recortes de jornais;
•textos, livros;
•anotações pessoais;
•diários de campo.
     
     O diário de campo é um tipo de documentação que permite a reflexão da ação profissional cotidiana, que não se restringe a um agendamento de tarefas - como muitas vezes acontece - mas em uma reflexão da realidade social descrita.
Ele pode se dividir em três momentos:
1- Descrição;
2- Interpretação do observado;
3- Registro das conclusões preliminares, das dúvidas, imprevistos e desafios.

Assim, o diário de campo é considerado uma das principais formas de documentação que ajuda o profissional a observar e interpretar melhor a sua intervenção, aprofundando e aguçando seu lado crítico.


                                                                                              (Amanda Sales)